Ao abordamos a temática educação integral qual é a primeira coisa que vem à sua cabeça? Provavelmente é a ideia de que o tempo de permanência na escola se estende para dois períodos, ou seja, em vez das quatro horas habituais, os estudantes passam cerca de sete horas diárias na escola, em contato com aulas e atividades que estimulam suas formações.

No entanto, esse é apenas um dos aspectos. Na verdade, a educação integral vai muito além da simples ideia de aumentar o tempo, pois consiste em repensar as aprendizagens oferecidas e estender os espaços onde elas acontecem. Nessa perspectiva, a escola teria o papel de propiciar um processo de ensino e aprendizagem visando não apenas o desenvolvimento cognitivo mas também o social, o físico e o afetivo do aluno e de todos os atores envolvidos na educação.

Mas, o que isso quer dizer na prática?

A iniciativa da educação integral busca conceber metodologias de ensino que vão além da ideia redutora de que somente o tempo de ensino ampliado é suficiente para que os estudantes possam aprender e desenvolver habilidades. Amplificando a compreensão, esse tipo de escola vem para reafirmar o direito de todas as crianças e todos os adolescentes à educação e ao acesso a diferentes conhecimentos.

A base da educação integral é o diálogo entre educador e educando, para fomentar o interesse e participação desses estudantes em relação ao processo de construção de conhecimento. Ou seja, valorizar o ensino e reconhecer as necessidades do aluno, é uma forma de propiciar que eles se engajem cada vez mais a buscarem aprender coisas novas e aplicarem os conceitos conversados durante as aulas ou atividades relacionadas à educação. Inclusive, aumentar o leque de aprendizagens ajuda a reduzir as desigualdades entre os alunos do país.

Outra premissa da educação integral que é muito importante no processo de ensino, é a repercussão de mais do que um tipo de conhecimento na educação dos estudantes. Por exemplo, é muito comum associarmos os métodos de ensino mais tradicionais à repercussão dos conhecimentos científicos e empíricos, o que na educação integral não corresponde à totalidade do processo. Nesse novo modelo, os educandos também aprendem os conceitos de formação básica, mas além disso são estimulados a exercitarem outras capacidades e inteligências, de modo a terem mais possibilidades de amadurecerem suas mentes.

A educação integral pode ser aplicada em tempo integral, mas uma coisa não quer dizer necessariamente a outra. Entenda mais sobre as diferenças na tabela:

Quer implementar a educação integral?

Para contribuir com os educadores que desejam colocar em prática esse modelo de metodologia, elencamos um passo a passo que tornarão a compreensão dessa temática mais clara. Olha só:

  • O direito a uma educação de qualidade é a peça chave para a ampliação e a garantia dos demais direitos humanos e sociais.
  • O objetivo final da educação integral é a promoção do desenvolvimento integral dos alunos, por meio dos aspectos intelectual, afetivo, social e físico.
  • A educação deve promover articulações e convivências entre educadores, comunidade e famílias, programas e serviços públicos, entre governos e Organizações da Sociedade Civil, dentro e fora da escola.
  • A escola faz parte de uma rede que possibilita a compreensão da sociedade, a construção de juízos de valor e do desenvolvimento integral do ser humano.
  • Organizações e instituições da cidade precisam fortalecer a compreensão de que também são espaços educadores e podem agir como agentes educativos. Já a escola precisa fortalecer a compreensão de que não é o único espaço educador da cidade.
  • O projeto político-pedagógico deve ser elaborado por toda a comunidade escolar refletindo a importância e a complementaridade dos saberes acadêmicos e comunitários.
  • Ficar mais tempo na escola não é necessariamente sinônimo de educação integral; passar mais tempo em aprendizagens significativas, sim.
  • A escola funciona como um catalisador entre os espaços educativos e seu entorno e serve como local onde os demais espaços podem ser ressignificados e os demais projetos, articulados.
  • Além de demandar a articulação de agentes, tempos e espaços, a educação integral se apoia na articulação de políticas (cultura, esporte, assistência social, meio ambiente, saúde e outras) e programas.

Educação integral e o Instituto Purunã

No distrito de São Luiz do Purunã, em Balsa Nova – PR, algumas ações desenvolvidas pelo Instituto Purunã em parceria com as escolas e comunidade local  estão implementando e desenvolvendo práticas voltadas para a educação integral. Por meio de projetos como o Educando, Formando Multiplicadores e Crê-SER, são trabalhados o desenvolvimento das crianças, adolescentes e professores  valorizando a cultura, os conhecimentos empíricos e as tradições locais.

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